segunda-feira, 1 de março de 2010

Phanta du Prince -- Encosta-te a Mim

Nunca fui grande amigo do teckno minimal. Musica cerebral para pastilhados? Percebo a ideia de musica para dançar, despida do máximo de enfeites e concentrada no essencial, mas sempre que punha o produto (sonoro) em teste numa qualquer festa lisboeta (e há muitas), acabava por desistir cedo e procurar outra coisa rapidamente, antes de adormecer derrotado em cima duma coluna.

Foi por isso com bastantes reservas que avancei para este Black Noise, do Phanta du Prince. As fontes que o recomendam como dos melhores do ano não são as comuns para este género, quem sabe poderia ser mais um daqueles álbuns crossovers a lá Outkast que agradam a toda a gente de todos os lados e vendem milhares mas são esquecidos por todas as frentes duas semanas depois.

O álbum não é crossover de coisa nenhuma. Na verdade, ainda troço o nariz a quem o apelida de teckno minimal, pois eu me tenho afastado tanto do género que já não sei o que ele é, ou então houve uma revolução assustadora. Os sons não são mínimos - no máximo são concretos - e as paisagens sonoras são a Islândia, não o Pólo Norte. Uma absoluta delícia do principio ao fim dos seus assustadores 70 minutos de duração, mais que recomendado para os amantes da electrónica mais exigente que ainda precisem de carinho.

Esta não é uma resenha do álbum, confesso que já se tornou um vício por aqui e escrevo esta trapalhada enquanto o oiço pela quarta vez desde que acordei; mas este texto não é sobre a obra completa. É mais apresentação daquela que já é das melhores colaborações do ano, chama-se Stick To My Side e é Pantha du Prince com Noah Lennox (Panda Bear), apresentação do - ok, pronto - excelente Black Noise, editado já pela Rough Trade. Fica aqui o doce.